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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Tantra, vida / saúde / expansão da consciência / crescimento pessoal


Por que falar sobre Tantra é um tabu?

Entrevista com Deva Nishok

Entrevista conduzida por Andréia Félix:
Deva Nishok: Tantra é uma palavra que, em Sânscrito, significa “Tramas”, os fios de comportamento que modelam e organizam a nossa vida. Tantra é comportamental e ele se ocupa exclusivamente com o comportamento humano. Não é um sistema filosófico, não é ciência, não é religião.
O Tantra tem base no comportamento humano e em seus aspectos relacionados. O Tantra se interessa pela forma como agimos ou reagimos, o que pensamos, porque pensamos, o que falamos. Palavras, pensamentos e ações são objeto de observação para um Tântrica, o neófito aprendiz desse sistema de desenvolvimento humano.
O Tantra nos desenvolve, sempre nos desenvolveu. Ele contém as chaves de compreensão da nossa natureza mais íntima, que é Divina em essência. Ele é que tem possibilitado o nosso desenvolvimento através dos tempos. Mas o homem não compreendeu ainda toda a potencialidade que as técnicas meditativas do Tantra oferecem em termos de desenvolvimento através dos sentidos. Nossa parte mais inteligente é a sensorial, assim como a de todos os animais e plantas.
Nosso desenvolvimento formativo, a formação de nosso corpo e de todas as partes que o compõem só é possível em função do potencial criativo que existe no hemisfério direito cerebral. O hemisfério esquerdo existe para a praticidade do dia a dia e para o cumprimento de tarefas ligadas à nossa sobrevivência. Mas a nossa sociedade sempre desprezou a potencialidade dos sentidos em detrimento da inteligência. Não se pode sentir com totalidade, deve-se pensar. Por isso, o Tantra é desprezado pela nossa cultura, pois é tido como orgíaco, lascivo, sensual, animal, sujo, pecaminoso. A base do trabalho com o Tantra é a energia criativa da vida, a qual chamamos Kundalini. Esse tecido energético une todas as coisas, pois tudo está permeado pela Kundalini. Estamos impregnados dessa energia e vivemos num imenso oceano existencial cuja água chama-se Kundalini. Vivemos e respiramos nessa energia vital. Diz-se que essa energia é sexual, pois ela trata da organização e sustentação molecular. Ela é que é responsável pela reprodução das células e por sua sobrevivência. Essa energia também possui os predicados de inteligência, necessários para que cada célula cumpra a sua função fisiológica e anatômica, segundo os papéis que vieram representar. Imagine que esse conhecimento, de total amor de uma inteligência criadora, esteja disponível a todos os homens indistintamente. Todos os seres são capazes de, não só compreender essa sabedoria tão pertinente e tão presente em suas vidas, mas também de senti-la em seu coração. Esse conhecimento, e essa percepção causam um certo efeito libertador na essência, pois ela sabe e sente que não necessita submeter-se mais aos jogos de poder de que tanto tratam políticos e religiosos no nosso mundo. Não seríamos mais joguetes de médicos inescrupulosos ou advogados desonestos.
O contato com a Kundalini nos vitaliza em vários aspectos, nos planos físico, mental, emocional e intelectual. A dimensão desses valores só pode ser compreendida por aqueles que já experimentaram o processo de Supraconsciência e se familiarizaram com a comunicação sem palavras que se manifesta, através de uma ordem divina. Não existem palavras que consigam explicar as ondas de nova inteligência e novas emoções que se apropriam dos praticantes, que afinal, experimentam um maravilhoso estado de liberdade e de confiança, uma conexão profunda com a vida. Por isso é difícil para a sociedade falar de Tantra. Significa falar de sua intimidade, de sua natureza mais íntima, de expressar as suas verdades e suas necessidades como alma e essência, daquilo que vieram cumprir nesse planeta e de tudo o que necessitam transformar em amor.

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